Dia 194 - As TORMENTAS

Pois por muito tempo fiquei calado diante do fato. Minhas tormentas levavam-me ao fundo e no fundo de mim perdia-me constantemente. Havia dias de céu claro e mar cintilante, havia dias de boa navegação e ilhas lindas, mas distantes. Havia dias de calor e dias de frio. Havia dias que me sentia demasiadamente sozinho. Minhas tormentas, maiores companheiras da minha depressão ciumenta, quando ela percebia que eu me aprontava para ir embora ou sair para distrair um pouco, prendia-me num desgosto na primeira palavra mal interpretada ou (MAL)dita... Ela é má, minha Tormenta. Passava muito tempo cutucando minha própria ferida.



A pessoa que descrevi acima toma cosciência de sua própria pertubação, dá a ela nome, sobrenome e filiação. Penso que todos, por muitas vezes, ou pelo menos uma, passa por uma tormenta ou algumas. Mas estamos todos no mesmo barco, unidos pela condição e mesmo que negue a origem não poderá negar o que está diante dos olhos e nem o que vai ao coração.

Eu sempre digo que após tomar consciência do fato não há como fingir que ele não existe. Talvez seja por isso que andamos tão doentes. É mais fácil 'fazer de conta' do que 'prestar contas'. E podem até achar que é crueldade da minha parte, não pedirei desculpas por esta ousadia. Podem até me criticar, mas, em alguma tormenta se verá ou já se viu e mesmo que por um instante a terá de encarar, assim como farei a partir de agora e em todos os dias da minha vida. A escolha é de cada um, pode ler sobre contos de fada ou escrever a história da sua vida.

Logo conhecerão As Tormentas, as visíveis e as não aparentes. De gente boa, gente que hora está feliz e hora descontente, gente de 'carne e osso', lutando pra sobreviver a sua própria condição e época. Nós.

See you...

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