Dia 25 - Era uma vez numa terra bem distante...


Hoje é meu primeiro dia sem orkut e confesso...é muito difícil, percebi uma coisa horrível, mais uma diga-se, que eu estava viciada.


Meu vício ia além de entrar todos os dias para ler recados, enviar, ou bisbilhotar a vida alheia, é sim, eu entrava no orkut de quem me interessava e olhava, assim como muitos, mas muitos mesmo ainda fazem e farão. O engraçado disso é que eu me sentia parte da massa, rsrsrs...


Ironias a parte, devo dizer que meu vício era e é mais sério que isso, quando entrava naquela comunicadade me sentia um hacker da rede, navegava e quase sempre conseguia a informação que tanto queria até...o dia fatal, rsrsrs...pois é...já tinha passado dias difíceis no orkut, vendo fotos que me deixavam chateada e pensativa, perfis cheios de palavras de efeito para dizer que somos os "fodões" do orkut, mesmo sabendo que todo esse marketing pessoal é parte do negócio, admito que me sentia incomodada com tamanha popularidade que essas palavras causavam, mas voltando, até que um dia, "cai do cavalo", "provei do próprio veneno", ou esses ditos que expressam que ficamos arrasados. Então, decidi, quero sair desse lugar.


Estava enganada quando pensava que minha saída daquele lugar era consequências dos atos de outrem, na verdade, queria sair de lá, como queria sair de qualquer lugar que estava, porque simplesmente não estava suportando mais.


Não vou detalhar o fato, mesmo porque ele vai perder sua significância em breve, mas o fato era que eu queria o que o outro tinha ou teve...essa era a questão. Muitas pessoas, e até uma das envolvidas na "situação bomba", já me disseram que não queria perder para outra pessoa, posso dizer que isso é um comportamento humano, uma necessidade "básica" que temos de querermos ser melhores do que os outros.


Queria que aquilo não tivesse acontecido, mas aconteceu, queria que nunca tivesse conhecido essa pessoa dessa forma íntima, mas conheceu, queria que essa pessoa não tivesse importância na sua vida, mas ela tem, queria...e isso é um verbo no passado, posso entender que certas vontades não tem razão de ser, mas são, de qualquer forma, não quero ser uma ignorante, sem consciência da realidade, tentando fingir que minha vida é uma coisa que não é, porque se assim fosse, eu perderia minha sanidade, mesmo que sutilmente, porque viveria num mundo que não existe, um mundo onde eu sou a princesa e o "Max Steel" é meu príncipe. Isso não seria real, não quero uma vida assim...mas confesso, que fiz isso comigo, criei em mim uma ilusão e um desejo egoísta de ser para outra pessoa a única mulher que realmente valesse a pena, mas isso não é verdade. Meu nariz arrebitado baixou e bateu no chão e então com a dor da queda me lembrei que sou humana e que todos são, e por isso não posso levar da vida o que não me pertence, não posso mudar de corpo ou de roupa, como boneca, meu mundo não é um conto de fadas e eu não tenho príncipe, não moro num castelo e ninguém vai me salvar.


As pessoas podem até nos salvar dos outros, dos acontecimentos externos, mas de nós mesmos ninguém pode.


Conclusão, "adeus bela adormecida", vá e não volte mais, pois não sou uma super mulher para ser tão forte e nem uma donzela de contos de fada para ser tão frágil, não quero perder minha realidade, porque dela sou feita, e se assim não fosse chamais poderia me chamar Geovanna.


Obs: Escolhi "Max Steel" porque é um gato, inteligente, forte, tem poderes especiais, é radical, tuuuudooo de bom, tá sempre bronzeado, e moderno, e também, esse negócio de cavalo branco tá por fora.

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