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Mostrando postagens de dezembro, 2008

Dia 168 - Meu Ano Novo

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Passei um mês pensando na mensagem de Ano Novo...resultado? São 20:55 do dia 30/12/08, penúltimo dia de 2008 e ainda não tenho essa mensagem... Cheguei a conclusão de que tenho de ir embora, vou pegar o ônibus, chegarei em casa, meu gato me espera, no sofá apenas lençois, os quartos com as portas fechadas, a árvore de Natal, que minha mãe demorou três horas para montar, apagada. Chego a conclusão de que não quero escrever uma mensagem agora, quero estar errada. Quero pensar que a casa não está vazia, que as portas não estão trancadas, que o gato corre feliz com suas bolinhas, que na geladeira tem mais do que água... Quero pensar que sentado ao sofá estão todas as pessoas queridas, que a mesa conversam animadamente minha mãe, minha avó, minhas tias... Que minhas afilhadas brincam e sorriem, que na janela está aquela pessoa especial que adora estar ao meu lado... Sobre minha cama estão minhas amigas, conversando todos os assuntos, dos mais animados aos mais 'tricotados

Dia 167 - Meditação no presépio (Por Cecília Meireles)

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Quando São Francisco de Assis inventou o primeiro presépio, e falou das coisas do céu numa gruta, dizem que, ao ajoelhar-se, desceu-lhe aos braços estendidos um Menino todo de luz. O Santo Poeta colocara ali apenas umas poucas imagens: as da Sagrada Família, a do irmão jumento e a do irmão boi. O áspero cenário de pedra tinha a nudez franca da pobreza, a rispidez dos desertos do mundo, o recorte bravio dos lugares de sofrimento. Aí, o Menino de luz pode descer, porque ele vinha para ensinar caminhos difíceis, e restituir às coisas naturais da terra o sentido da sua presença na ordem universal. O amor humano é um perigoso jogo. Por amor, os homens foram construindo presépios ao longo do mundo, e já não lhes bastava a pedra desguarnecida: queriam recobri-la do ornamento da sua devoção. Trouxeram folhagens e flores, dispuseram frutos e pássaros, desceram o céu, num pálio de seda azul, colheram as estrelas, dos ramos que se alongam na noite. Caçaram a lua, no meio da sua viagem, e pescar

Dia 166 - Crueza

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Somos espectadores numa terra de injustiça. Achamos que ela (a Terra) é injusta, mas somos os causadores da sua ferida. E ela grita! Somos os cegos, pensamos ser Reis...e aos Reis damos emprego e a Deus uma outra vez. Somos espectadores de nossa própria encenação...hora cínicos, hora dissimulados, hora hipócritas...hora vítimas do nosso fardo, somos autores, mas queremos ser coitados... Sentamos em círculo e pregamos a igualdade, mas queremos ser diferentes de todos da sociedade. Ser igual não satisfaz! Não vejo o abandonado. Não vejo o descamisado. Não vejo a senhora idosa que está do meu lado. Não vejo a criança vendendo miúdos por um trocado. Não vejo o soldado mal treinado. Não vejo o pai de família desempregado. Não vejo o roxo no rosto da dona que mora ao lado. Não vejo o corpo da menina violado. Não vejo o político corrupto que me devora e não é culpado. Não vejo a hora...pois meu relógio está atrasado. E a criança tem um sonho. Um coitado sente frio. Um médico